Este post faz parte da segunda semana do projeto "caderno de notas" - com o tema "essa é minha carta ao mundo".
Oieeeeeeeeeee,
Oieeeeeeeeeee,
Escrevo para lhe agradecer. Principalmente, mas não só. Porque
tive mãe que me educou e pai que me fez antes disso e junto, até ir comprar
cigarros e dia destes voltar para dum jeito meio torto explicar que você é
mesmo redondo e engraçado.
Pelo amor do homem com quem tenho
partilhado algumas de suas tantas estradas e que ainda hoje eu receberia com
alegria em qualquer estação. Também pelos outros. Pelo muito amor que dei e
recebi. Pelo seu chão que cabe tanta gente bonita, elegante e sincera. E pelo que me sobrou de espaço para construir
uma casa cheia de planos para dentro e por fora.
Gostaria também de escrever como
quem te dá mão para atravessar a rua e descanso num abraço quentinho de irmã
que também tem a cabeça cheia de passarinhos e um interior de ardências e
desejos que em mim não cabem. E vez e outra viram erupção em letras e cores. Torço
para que estas, escoado por excesso de amor ou de ódio não tenham destruído muito de
ninguém. E se não for pedir demais aos deuses e deusas possam até (oxalá) terem servido
para além de mim, eu que sem elas não sei se.
Também rabisco sem jeito e junto e aqui o meu
pedido de desculpas. Das vezes que quis mais que você explodisse. Já pensou
que horror imaginá-lo pelos ares num catablum onomatopéico causado seja por que cargas d’água, fogo, ou d’ar? Podemos fazer as pazes rindo disso juntos,
querido?
É que não foi fácil entender que
é a partir de você, naquele jardim com grama coberta pela colcha florida em retalhos
azuis que contei estrelas e comentei com meu amor do céu e do lado certo de Marte,
aquele outro planeta cheio de pessoas verdes com antenas e hábitos estranhos.
Finalmente, escrevo por que quero
convidá-lo para comemorar mais uma estação que vem chegando. Outra. Aquela
mesmo. Novamente. Vamos ficar eu e você tomando cerveja, suando em bicas e suburbanamente molhando-nos em banhos de mangueira num verão de lascar aqui no Nordeste? Garanto
a cerveja se o pagamento do novo emprego não falhar e faço um caldo de
sustança pra nós. Também já posso confirmar como companhia música nossa e das boas.
Vai que rola até as pazes com aquela história antiga que solicitou
minha amizade novamente. Sequer tremi, acredita? Mas isso só posso te contar
pessoalmente.
Topas? Topas?
Raquel Cardoso Stanick
R.S.V.P